PráticasEEscolologia: Formação de Professores e Educação Especial
Escolologia: Formação de Professores e Educação Especial
15 de dezembro de 2022
Por: matheusaquino@ufmg.br
Escolologia é um neologismo sugerido pela psicóloga e educadora russo brasileira Helena Antipoff para se referir a sua proposta original de uma nova ciência, a ciência da escola, que teria por objeto o estudo da escola e tudo o que com ela se relaciona. Desenvolvida no início da década de 1930, com a colaboração das professoras alunas da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, a ideia se baseava na escola como um objeto tão complexo que mereceria uma ciência focalizada nela pela perspectiva material (prédio escolar, materiais didáticos) administrativa e organizacional (administração, regime escolar, organização das classes, instituições auxiliares), e, finalmente, focalizando os professores e o escolar, isto é, o educando ao qual se dirige o trabalho da escola.
A Escola de Aperfeiçoamento, criada na época da reforma de ensino de Minas Gerais realizada nos anos de 1927-1928 (conhecida como Reforma Francisco Campos), foi inaugurada em 1929 e seu objetivo foi aprimorar a formação de professores em nível superior, aperfeiçoando-os, do ponto de vista técnico e científico, para exercer atividades como assistentes técnicos de ensino, e diretores dos grupos escolares e professores formadores do curso normal. (BICCAS, 2011; CAMPOS, 2012)
Helena Antipoff lecionou pedologia, psicologia experimental e educacional e teve a função de montar e dirigir o Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento. A finalidade foi ensinar psicologia educacional através de exercícios práticos e promover a pesquisa sobre crianças em idade escolar. No primeiro ano, estudavam teorias e métodos de pesquisa em psicologia experimental e no segundo ano dedicavam-se às atividades práticas no laboratório, em experimentos e demonstração de processos psicológicos básicos e nos grupos escolares dedicavam-se à atividade de observação e aplicação de testes psicológicos e escolares. (CAMPOS, 2012).
A realização de pesquisas escolológicas decorria de um projeto que Antipoff trazia já de sua formação como educadora obtida no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, sob a orientação do médico e psicólogo Édouard Claparède (1873-1940). O genebrino era um defensor da necessidade de “dar uma base científica à educação” (CLAPARÈDE, 1934, p. 2).
Com base na Psicologia da Criança e na Pedagogia Experimental a escolologia teve como fim, sobretudo, a formação profissional das alunas ao prepará-las para considerar os fatos pedagógicos sob o ponto de vista da ciência. (ANTIPOFF, 1930). De forma sistemática, as alunas investigavam os fatos da vida escolar, considerando a complexidade da escola enquanto unidade sociológica e as relações de causa e efeito dos múltiplos fatores que incidem sobre ela. Como resultado foram publicadas monografias escolares que demonstram o caráter científico das pesquisas realizadas.
Em 1931, sob a orientação de Helena Antipoff, as alunas estudaram minuciosamente 32 classes primárias de 6 grupos escolares. Com visitas semanais, duas a duas. Durante um semestre recolheram dados necessários para determinar o perfil das crianças de Belo Horizonte bem como o perfil de determinado grupo escolar. Os dados eram recolhidos por meio de observações, pesquisas, medidas, testes pedológicos, psicológicos e escolares. Ao final as alunas apresentaram monografias das classes escolares com os seguintes resultados: estudo do meio físico da classe ( situação, dimensão e proporção da sala, mobiliário, ornamentação e higiene); composição da classe (número de crianças, frequência durante o semestre); meio social das crianças e as condições econômicas (condições da família, nacionalidade dos pais, profissão dos pais, número de crianças na família, meios econômicos, nível de cultura geral, educação dada às crianças pela família, distrações, ocupações das crianças em casa); estado físico das crianças (grau de seu desenvolvimento corporal e saúde, resultados de medidas antropométricas, dados dinamômetros e espirométricos); nível mental das crianças (características da inteligência geral por meio da adaptação para a população local de diversos testes psicológicos já em uso, entre eles testes de inteligência desenvolvidos por Alfred Binet e Theodore Simon, o teste das 100 questões de Ballard, o teste do desenho da figura humana de Florence Goudenough, ou elaborados pela equipe do Laboratório de Psicologia); perfis pedológicos individual e perfil pedológico da classe (obtidos através de testes escolares focalizando observações e medidas da atenção, memória, observação e o testemunho e diversas técnicas e conhecimentos escolares como leitura, escrita, ortografia, composição e cálculo); perfil do professor da classe (resumo das características mais marcantes da conduta profissional do professor); trabalho pedagógico (estudo e análise dos processos empregados em cada matéria do ensino, observação metódica da conduta das crianças e do professor durante as atividades escolares, registrando todas as ações das professoras e reações por parte das crianças). Na conclusão os dados obtidos foram revisados e apresentados, pela percepção das alunas, destacando quais os fatores positivos e negativos que atuavam na escola, e se esses produziam ou não resultados satisfatórios na promoção do desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social dos alunos.
As pesquisas escolológicas subsidiaram outros estudos realizados pelo Laboratório de Psicologia, abordando os ideais e interesses das crianças (ANTIPOFF; CASTRO, 1935), seu desenvolvimento mental (ANTIPOFF, 1931), a organização das classes nos Grupos escolares de Belo Horizonte (ANTIPOFF, 1932) e a formação das classes e controle da sua homogeneidade (ANTIPOFF, 1930). Esses estudos foram importantes para o processo de organização do sistema de ensino em Minas Gerais, incluindo a homogeneização das classes escolares por nível intelectual e a criação das classes especiais previstas na legislação da reforma no Decreto n. 7.970-A, de 5.10.1927.
A homogeneização das classes por nível intelectual, medido através de testes de nível mental e testes de conhecimento escolar, inspirava-se nas proposições de teóricos da organização racional do trabalho. Segundo Taylor, autor citado por Antipoff na justificativa da organização das classes homogêneas, a racionalização dos processos de trabalho consistia na adoção de um conjunto de procedimentos combinando ciência, harmonia e cooperação, em busca da obtenção do máximo de rendimento na atividade coletiva em oficinas. Para Antipoff, agrupar os alunos em classes homogêneas, segundo seu desenvolvimento mental, seria uma combinação de elementos para a organização racional do trabalho pedagógico, acrescentando-se a essa organização a escolha adequada de um tipo de professor para cada tipo de classe, dessa forma assegurando os resultados esperados (ANTIPOFF, 1935).
As classes especiais em Minas Gerais tiveram início em 1931, a partir do trabalho realizado pelo Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento. As classes foram divididas em A, para as crianças consideradas fortes; B, para as médias; C, para as fracas e D, para as anormais (ANTIPOFF, 1932).
A escolologia, como uma ciência da escola, foi inovadora no aperfeiçoamento dos professores. Inaugurou um modelo de formação que combina ciência e educação ao propor a prática de pesquisa na formação dos professores. Os dados da realidade educacional indicaram reflexões teórico-científicas sobre as práticas pedagógicas mais adequadas no atendimento das crianças. Esses resultados serviram para orientação das ações educativas indicando princípios e formas de atuação no direcionamento das atividades escolares, organização do tempo e espaço da escola, nos métodos pedagógicos adequados para cada ambiente e na identificação dos fatores sociais e culturais que incidem sobre o processo educativo escolar. A ideia de adaptar os métodos pedagógicos às aptidões das crianças, de acordo com seu agrupamento, reforçava o princípio de uma escola sob medida. Esse atendimento aos alunos (as) ditos (as) “anormais” pode ser considerado um avanço para época no campo da Educação Especial.
Publicações de interesse
ANTIPOFF, H. Escolologia: ensaio de pedagogia escolar experimental. Revista do Ensino, Belo Horizonte, Volume V, n° 50, 51 e 52, p. 145-152, Outubro, Novembro e Dezembro, 1930.
CAMPOS, R. H. F. Helena Antipoff: psicológa e educadora: uma biografia intelectual. Fundação Miguel de Cervantes, Rio de Janeiro, 2012
CRUZ, R.S; CAMPOS, R. H. F. Estudos “escolológicos”: a pesquisa na formação de professores no contexto da circulação da Escola Nova no Brasil dos anos de 1930. In: MARAFON, G; TORTELLA, J.C.B; ROCHA, M.S.PM.L. (Org.) Escola e desenvolvimento Humano: contribuições da Psicologia da Educação, Pedro&João Editores, São Carlos, 2021.
Referências
ANTIPOFF, H. Escolologia: ensaio de pedagogia escolar experimental. Revista do Ensino, Belo Horizonte, Volume V, n° 50, 51 e 52, p. 145-152, Outubro, Novembro e Dezembro, 1930.
ANTIPOFF, H. (1930) A homogeneização das classes escolares. In: CDPHA – Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org.).Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 3: Educação do Excepcional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992c. p.31-35.
ANTIPOFF, H.(1931). O desenvolvimen.to mental das crianças de Belo Horizonte. In: CDPHA – Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org.). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff,Volume 3: Educação do Excepcional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992c. p.73-129.
ANTIPOFF, H.(1932). Organização das classes nos grupos escolares de Belo Horizonte. In: CDPHA- Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 1: Psicologia Experimental. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992a. p.131-150.
ANTIPOFF, H.(1935) Das classes homogêneas. In: CDPHA- Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 1: Psicologia Experimental. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992a. p.261-264.
BICCAS, M. S. Reforma Francisco Campos: estratégias de formação de professores e modernização da escola mineira. In: MIGUEL, M.E.B, VIDAL, D.G, ARAÚJO, J.C.S. (Orgs). Reformas educacionais: As manifestações da Escola Nova no Brasil (1920 a 1946), Campinas SP: Autores Associados; Uberlandia, MG: EDUFU, 2011.
CAMPOS, R. H. F. Helena Antipoff: psicológa e educadora: uma biografia intelectual. Fundação Miguel de Cervantes, Rio de Janeiro, 2012.
CASTRO, M.A. (1935). Ideais e interesses das crianças de Belo Horizonte no intervalo de 5 anos. In: CDPHA- Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 2: Fundamentos da Educação. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992b. p.155-162.
CLAPARÈDE, E. Psicologia da Criança e Pedagogia Experimental. Edição revista. Trad. brasileira de Aires da Mata Machado Filho e Turiano Pereira. Prefácio de Helena Antipoff. São Paulo, Editora do Brasil S/A, 1934.
MINAS GERAIS. Leis e Decretos do Estado de Minas Gerais (1927)I, II, III, Belo Horizonte: Imprensa Oficial 1928. Biblioteca Luís Bessa, Belo Horizonte, MG.
MONOGRAFIA DE UMA CLASSE ESCOLAR DE BELO HORIZONTE, ESTUDO ESCOLOLÓGICO DE 1931, Imprensa Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1931.
Escolologia: Formação de Professores e Educação Especial
Escolologia é um neologismo sugerido pela psicóloga e educadora russo brasileira Helena Antipoff para se referir a sua proposta original de uma nova ciência, a ciência da escola, que teria por objeto o estudo da escola e tudo o que com ela se relaciona. Desenvolvida no início da década de 1930, com a colaboração das professoras alunas da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, a ideia se baseava na escola como um objeto tão complexo que mereceria uma ciência focalizada nela pela perspectiva material (prédio escolar, materiais didáticos) administrativa e organizacional (administração, regime escolar, organização das classes, instituições auxiliares), e, finalmente, focalizando os professores e o escolar, isto é, o educando ao qual se dirige o trabalho da escola.
A Escola de Aperfeiçoamento, criada na época da reforma de ensino de Minas Gerais realizada nos anos de 1927-1928 (conhecida como Reforma Francisco Campos), foi inaugurada em 1929 e seu objetivo foi aprimorar a formação de professores em nível superior, aperfeiçoando-os, do ponto de vista técnico e científico, para exercer atividades como assistentes técnicos de ensino, e diretores dos grupos escolares e professores formadores do curso normal. (BICCAS, 2011; CAMPOS, 2012)
Helena Antipoff lecionou pedologia, psicologia experimental e educacional e teve a função de montar e dirigir o Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento. A finalidade foi ensinar psicologia educacional através de exercícios práticos e promover a pesquisa sobre crianças em idade escolar. No primeiro ano, estudavam teorias e métodos de pesquisa em psicologia experimental e no segundo ano dedicavam-se às atividades práticas no laboratório, em experimentos e demonstração de processos psicológicos básicos e nos grupos escolares dedicavam-se à atividade de observação e aplicação de testes psicológicos e escolares. (CAMPOS, 2012).
A realização de pesquisas escolológicas decorria de um projeto que Antipoff trazia já de sua formação como educadora obtida no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, sob a orientação do médico e psicólogo Édouard Claparède (1873-1940). O genebrino era um defensor da necessidade de “dar uma base científica à educação” (CLAPARÈDE, 1934, p. 2).
Com base na Psicologia da Criança e na Pedagogia Experimental a escolologia teve como fim, sobretudo, a formação profissional das alunas ao prepará-las para considerar os fatos pedagógicos sob o ponto de vista da ciência. (ANTIPOFF, 1930). De forma sistemática, as alunas investigavam os fatos da vida escolar, considerando a complexidade da escola enquanto unidade sociológica e as relações de causa e efeito dos múltiplos fatores que incidem sobre ela. Como resultado foram publicadas monografias escolares que demonstram o caráter científico das pesquisas realizadas.
Em 1931, sob a orientação de Helena Antipoff, as alunas estudaram minuciosamente 32 classes primárias de 6 grupos escolares. Com visitas semanais, duas a duas. Durante um semestre recolheram dados necessários para determinar o perfil das crianças de Belo Horizonte bem como o perfil de determinado grupo escolar. Os dados eram recolhidos por meio de observações, pesquisas, medidas, testes pedológicos, psicológicos e escolares. Ao final as alunas apresentaram monografias das classes escolares com os seguintes resultados: estudo do meio físico da classe ( situação, dimensão e proporção da sala, mobiliário, ornamentação e higiene); composição da classe (número de crianças, frequência durante o semestre); meio social das crianças e as condições econômicas (condições da família, nacionalidade dos pais, profissão dos pais, número de crianças na família, meios econômicos, nível de cultura geral, educação dada às crianças pela família, distrações, ocupações das crianças em casa); estado físico das crianças (grau de seu desenvolvimento corporal e saúde, resultados de medidas antropométricas, dados dinamômetros e espirométricos); nível mental das crianças (características da inteligência geral por meio da adaptação para a população local de diversos testes psicológicos já em uso, entre eles testes de inteligência desenvolvidos por Alfred Binet e Theodore Simon, o teste das 100 questões de Ballard, o teste do desenho da figura humana de Florence Goudenough, ou elaborados pela equipe do Laboratório de Psicologia); perfis pedológicos individual e perfil pedológico da classe (obtidos através de testes escolares focalizando observações e medidas da atenção, memória, observação e o testemunho e diversas técnicas e conhecimentos escolares como leitura, escrita, ortografia, composição e cálculo); perfil do professor da classe (resumo das características mais marcantes da conduta profissional do professor); trabalho pedagógico (estudo e análise dos processos empregados em cada matéria do ensino, observação metódica da conduta das crianças e do professor durante as atividades escolares, registrando todas as ações das professoras e reações por parte das crianças). Na conclusão os dados obtidos foram revisados e apresentados, pela percepção das alunas, destacando quais os fatores positivos e negativos que atuavam na escola, e se esses produziam ou não resultados satisfatórios na promoção do desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social dos alunos.
As pesquisas escolológicas subsidiaram outros estudos realizados pelo Laboratório de Psicologia, abordando os ideais e interesses das crianças (ANTIPOFF; CASTRO, 1935), seu desenvolvimento mental (ANTIPOFF, 1931), a organização das classes nos Grupos escolares de Belo Horizonte (ANTIPOFF, 1932) e a formação das classes e controle da sua homogeneidade (ANTIPOFF, 1930). Esses estudos foram importantes para o processo de organização do sistema de ensino em Minas Gerais, incluindo a homogeneização das classes escolares por nível intelectual e a criação das classes especiais previstas na legislação da reforma no Decreto n. 7.970-A, de 5.10.1927.
A homogeneização das classes por nível intelectual, medido através de testes de nível mental e testes de conhecimento escolar, inspirava-se nas proposições de teóricos da organização racional do trabalho. Segundo Taylor, autor citado por Antipoff na justificativa da organização das classes homogêneas, a racionalização dos processos de trabalho consistia na adoção de um conjunto de procedimentos combinando ciência, harmonia e cooperação, em busca da obtenção do máximo de rendimento na atividade coletiva em oficinas. Para Antipoff, agrupar os alunos em classes homogêneas, segundo seu desenvolvimento mental, seria uma combinação de elementos para a organização racional do trabalho pedagógico, acrescentando-se a essa organização a escolha adequada de um tipo de professor para cada tipo de classe, dessa forma assegurando os resultados esperados (ANTIPOFF, 1935).
As classes especiais em Minas Gerais tiveram início em 1931, a partir do trabalho realizado pelo Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento. As classes foram divididas em A, para as crianças consideradas fortes; B, para as médias; C, para as fracas e D, para as anormais (ANTIPOFF, 1932).
A escolologia, como uma ciência da escola, foi inovadora no aperfeiçoamento dos professores. Inaugurou um modelo de formação que combina ciência e educação ao propor a prática de pesquisa na formação dos professores. Os dados da realidade educacional indicaram reflexões teórico-científicas sobre as práticas pedagógicas mais adequadas no atendimento das crianças. Esses resultados serviram para orientação das ações educativas indicando princípios e formas de atuação no direcionamento das atividades escolares, organização do tempo e espaço da escola, nos métodos pedagógicos adequados para cada ambiente e na identificação dos fatores sociais e culturais que incidem sobre o processo educativo escolar. A ideia de adaptar os métodos pedagógicos às aptidões das crianças, de acordo com seu agrupamento, reforçava o princípio de uma escola sob medida. Esse atendimento aos alunos (as) ditos (as) “anormais” pode ser considerado um avanço para época no campo da Educação Especial.
Publicações de interesse
ANTIPOFF, H. Escolologia: ensaio de pedagogia escolar experimental. Revista do Ensino, Belo Horizonte, Volume V, n° 50, 51 e 52, p. 145-152, Outubro, Novembro e Dezembro, 1930.
CAMPOS, R. H. F. Helena Antipoff: psicológa e educadora: uma biografia intelectual. Fundação Miguel de Cervantes, Rio de Janeiro, 2012
CRUZ, R.S; CAMPOS, R. H. F. Estudos “escolológicos”: a pesquisa na formação de professores no contexto da circulação da Escola Nova no Brasil dos anos de 1930. In: MARAFON, G; TORTELLA, J.C.B; ROCHA, M.S.PM.L. (Org.) Escola e desenvolvimento Humano: contribuições da Psicologia da Educação, Pedro&João Editores, São Carlos, 2021.
Referências
ANTIPOFF, H. Escolologia: ensaio de pedagogia escolar experimental. Revista do Ensino, Belo Horizonte, Volume V, n° 50, 51 e 52, p. 145-152, Outubro, Novembro e Dezembro, 1930.
ANTIPOFF, H. (1930) A homogeneização das classes escolares. In: CDPHA – Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org.). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 3: Educação do Excepcional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992c. p.31-35.
ANTIPOFF, H.(1931). O desenvolvimen.to mental das crianças de Belo Horizonte. In: CDPHA – Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org.). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 3: Educação do Excepcional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992c. p.73-129.
ANTIPOFF, H.(1932). Organização das classes nos grupos escolares de Belo Horizonte. In: CDPHA- Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 1: Psicologia Experimental. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992a. p.131-150.
ANTIPOFF, H.(1935) Das classes homogêneas. In: CDPHA- Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 1: Psicologia Experimental. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992a. p.261-264.
BICCAS, M. S. Reforma Francisco Campos: estratégias de formação de professores e modernização da escola mineira. In: MIGUEL, M.E.B, VIDAL, D.G, ARAÚJO, J.C.S. (Orgs). Reformas educacionais: As manifestações da Escola Nova no Brasil (1920 a 1946), Campinas SP: Autores Associados; Uberlandia, MG: EDUFU, 2011.
CAMPOS, R. H. F. Helena Antipoff: psicológa e educadora: uma biografia intelectual. Fundação Miguel de Cervantes, Rio de Janeiro, 2012.
CASTRO, M.A. (1935). Ideais e interesses das crianças de Belo Horizonte no intervalo de 5 anos. In: CDPHA- Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (Org). Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff, Volume 2: Fundamentos da Educação. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1992b. p.155-162.
CLAPARÈDE, E. Psicologia da Criança e Pedagogia Experimental. Edição revista. Trad. brasileira de Aires da Mata Machado Filho e Turiano Pereira. Prefácio de Helena Antipoff. São Paulo, Editora do Brasil S/A, 1934.
MINAS GERAIS. Leis e Decretos do Estado de Minas Gerais (1927)I, II, III, Belo Horizonte: Imprensa Oficial 1928. Biblioteca Luís Bessa, Belo Horizonte, MG.
MONOGRAFIA DE UMA CLASSE ESCOLAR DE BELO HORIZONTE, ESTUDO ESCOLOLÓGICO DE 1931, Imprensa Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1931.
Autores:
Renata Silva Cruz
Regina Helena de Freitas Campos